Medo...

As poucas palavras que minha mente cansada ainda insiste em saber...

É todo o meu amor, preso em grilhões...

Em uma prisão sem muros, sem amarras...

Sem algoz, sem juiz...

Sem razão de ser.

Às vezes me perco em minhas próprias lembranças desiguais,

Em sonhos cinza e tirados de um filme decadente.

Tudo é tão infinitamente igual, exceto você.

Que anda em meu sonho colorido na cor vermelha...

Como uma labareda e um mundo gelado...

Esquentando tudo a minha volta, sem nunca me tocar...

Ontem à noite, estava tão frio, e você em meus sonhos desapareceu...

Como se até mesmo em meus devaneios seu ser...

Se negasse a estar comigo...

Como se nem ao menos aqui, neste mundo cinza que sou eu,

Sua lembrança suportasse estar...

Tentei chorar, e também não consegui,

Você levou minhas lagrimas quando partiu?

Ou eu perdi a capacidade de sentir sem você aqui?

Tornei-me uma terra infértil ou apenas adormeci?

E hoje de manha me sentei em frente à janela, sem grades...

Mas impossíveis de ultrapassar...

Consciente do vazio que havia em mim,

Das cores frias a minha volta, quando eu vi você voltar pra mim...

Caminhando lentamente, um ponto vermelho no horizonte,

Longe demais para que eu possa tocar, perto o suficiente para seu calor,

Ser presente em mim...

Como que para me lembrar, de que há algo mais fora de minha fortaleza...

Como que para me incitar a fugir...

Mas meu medo,

Reforça as grades, Fortalece os grilhões, cerra as paredes...

E eu apenas fico em minha torre de mármore cinza,

Desejando estar junto ao vermelho de tua aura,

Ao calor de teu amor...

Mas um dia se passa e em sonhos...

Eu lhe vejo passar...

Exibindo sua liberdade,

Estendendo-me sua mão...

Outro dia sem que eu consiga me libertar...

Outra noite sonhando com outra vida, esta tão colorida...

Aguardo-lhe outra noite,

E sonho que eu não esteja mais presa ao meu próprio medo de amar...

Vivian “Drecco” Sales de Oliveira.

21/02/2007.

Vivian Drecco
Enviado por Vivian Drecco em 08/03/2007
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