Que ladrem todos os cães...

que chorem todas as mães..

que nascem todas as manhãs

enevoadas de sombras e sonhos...



que faltem todos os pães..

que cortem todas as mãos..

que nascem todas as manhãs

enevoadas de névoas e mágoas....



que atiçem todos os canhões..

que soltem todos os ladrões..

que rompem todos os trovões...

entre raios e corações solitários...



que marchem todos os homens..

que matem todos os lobisomens..

que nascem todas as nuvens

sob o silêncio da brisa do vento...



...e no decorrer do dia,

todos encontrem um tempo..

mesmo que a hora tardia

seja apenas uma sombra fria

e nos encontre em abandono

e nos leve pelo vento do outono....



e que renascem todos os sonhos..
 
e silenciem todos os relógios

na toada de sons estranhos

e amordacem todos os ódios..


         dentro de mim...!





 
Marco de Nilo
Enviado por Marco de Nilo em 06/03/2013
Reeditado em 20/03/2019
Código do texto: T4173899
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