RESILIÊNCIA

RESILIÊNCIA

O tempo é um pasto

onde a tristeza trota, sem nunca se cansar

aí vem ela outra vez a distribuir flagelos

chicote com cheiro de couro novo

e sangue pisado

os dias escorrem

e só se pergunta por que

o beijo sempre tem que ser

– com ou sem canto de galo –

véspera de traição

mas a alma é telhado

que abriga vários ninhos

à espera de que os pássaros da felicidade

ponham mais ovos

sejam mais fecundos

ser refém da mágoa

é uma forma de prisão

uma hora

– quando menos espera –

você pia de contentamento

e voa de novo

Ana Guimarães

Ana Guimarães
Enviado por Ana Guimarães em 21/03/2007
Código do texto: T420738