NÃO QUERO PERDER VOCÊ
PRA SÃO PAULO!


Não quero perder você para São Paulo,
nem a perderia, sequer, para o Guerreiro Santo!
Quanto mais pra um Paulinho qualquer...
Isso me levaria a um desencanto tanto,
que seria o mesmo que me perder de mim
sem poder sequer me procurar assim...

Sou como um vilarejo à beira-mar...
Pacato, eu apascento isento de poluição...
Na paisagem humana e na visão do alto-mar...
Sou pescador e violeiro e pesco vidas e amores
Vivo do peixe e de cantarolar as dores
na canção de encanto de uma sereia...

E ainda tem a areia e as conchinhas
pro nosso corpo e mente relaxar...
Pesco o amor que hei de lhe dar...
Será que não sossego sua vida pra lhe fazer mudar?
Tenho medo que São Paulo
possa até lhe devorar...

Deus que, a si e a mim, nos livrem desse azar...
Vem, fica ao meu lado comigo!
Sonhar é mais que a realidade a se realizar...
Somos os sonhos de uma paz peculiar
que sempre envolve a nossa alma
sem querer nos acordar!...

Se o sonho é a realidade interna que não consterna...
Então acorda do pesadelo de querer daqui zarpar...
Se a vida aqui é difícil... Imagina o precipício
na cercania dos vícios a não permitir imaginar
o estrupício daquela vida de lá....
A correria não vale a pena... É por demais o sacrifício...

Não lhe quero ver seguindo
nas velas do mar, nos trilhos dos trens,
nas asas do avião lá longe nas nuvens
à maciez da penugem... Voar, voar, voejar...
O asfalto visto do alto céu, ou, no denso mar,
nas estradas peregrinas que se há de caminhar...

Tudo a não lhe ver preocupar,
pois, aqui se respira o melhor de todo ar...
Vem, viaje comigo nos sonhos...
Assim, sem nenhum perigo
que lhe possa atormentar...
Afinal, meus braços são o seu abrigo!

Vem aqui ao acalorado cantinho de nossa ilha!
Percebe?! Quem faz um cesto faz um cento...
Pode até fazer centelha... Mas é na vida que se espelha.
Quem tem uma certeza faz até uma sextilha...
À dor, deve-se passar unguento...
Sem você em mim... Juro por Deus, “eu não “aguento!...”

Aquele antigo “agüento” com trema.
Para que eu não trema pela saudade na dor
dos calos nas mãos provocados
por uma canoinha que se rema.
Mas, nem isso é problema!
Haja vista, todo emblema na poesia do Poema...

E... Salve Jorge
em 23.04.2013.
Araci
Bahia
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 23/04/2013
Reeditado em 23/04/2013
Código do texto: T4255663
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