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O amor passou por aqui,

Mas não disse de onde veio

E nem para onde iria.

Falou apenas de amenidades

E conversou comigo

Sobre o seu dia-a-dia.

Falou sobre os conflitos da terra;

Sobre todas as guerras

E sobre desolação.

Falou da mágoa que sente

Por o confundirem, frequentemente,

Com sua prima, a paixão.

Disse estar chateado

Pois muitos apaixonados

Dizem sofrer por “tanto amar”.

Disse que muitos batem no peito

E dizem ter o direito

De, em seu nome, matar.

O amor passou por aqui...

Não me ofereceu consolo

E nem pediu para entrar.

Apenas descansou em frente à porta

E disse que não entraria

Pois que não podia se atrasar.

Disse haver muitos “quase defuntos”

Que juram de pés juntos

Que agora estão redimidos.

E que estes clamam por piedade,

Pedindo o “amor de verdade”

Que Deus lhes havia prometido.

Pediu-me um pouco de compreensão

E implorou-me perdão

Por tomar o meu tempo.

Disse que sou um bom menino

E para não me preocupar com o destino

Pois eu sou filho do vento.

O amor passou por aqui...

Agradeceu-me a conversa

E começou a se afastar.

Mas disse-me para ser paciente

E que um dia, se der, ele volta;

E se assim for ele volta

Para ficar!

Wanderley J. Rodrigues
Enviado por Dejane Matos em 27/04/2013
Reeditado em 09/03/2015
Código do texto: T4262905
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