NUNCA

Nunca perguntes à tua amada

se ela te ama,

porque o amor, se existir,

deve ser curtido,

vivido,

sentido intensamente

e nunca dito

mas, se o for,

que seja espontaneamente...

Nunca perguntes aos teus

se sentirão saudades

quando partires.

Parte apenas

pois a saudade, se existir,

deve ser sentida,

curtida,

vivida intensamente

e nunca dita

mas, se o for,

que seja espontaneamente...

Nunca perguntes aos outros

o que acham da tua vida.

Vive apenas

pois a vida

é para ser vivida,

sentida,

curtida intensamente

e se os outros

disserem alguma coisa boa ou má,

que seja espontaneamente...

Assim,

nunca perguntes às noites pela lua cheia;

às nuvens pelas chuvas;

ao céu pelas estrelas;

ao mar pelas ondas e conchas;

aos jardins e colibris pelas flores;

às abelhas pelo mel;

às árvores pelos frutos,

aos pássaros pelos cantos e ninhos;

às crianças pelos sorrisos;

à vida pela felicidade

ou à pessoa amada

pela ternura, carícias e beijos,

pois essas coisas

possuem o seu próprio tempo

e vêm sempre

espontaneamente...