28/10/13 - DIA QUE MEU CORAÇÃO DEU UM DUPLO MORTAL CARPADO
(À uma garota linda, linda, lindíssima!)
Será mesmo que seu coração ouviu o meu chamado
E sua alma sonhou em me ter ao seu lado?
Será que ouviu através da noite meu grito angustiado
Atormentado por solidões, ferido de tantos machucados?
Será que mesmo que aquelas palavras foram escritas para mim
E que o tempo das lágrimas tenha finalmente chegado ao fim?
Na falta de respostas me restam sentimentos
Que há muito tempo não me alegravam, não me aqueciam por dentro
Minha alma em êxtase dançou como há muito tempo não dançava
E a menina feia sonhou como se esqueceu que sonhava
E sorria dos seus sonhos e das cores que ele espalhava
Levantou seus olhos a Deus e eles estavam rasos d'água
Porque um Anjo lhe escreveu no branco frio de uma página
Lendo suas palavras meu coração bateu acelerado
Saltou, sorriu, gritou, chorou porque já se esquecera do que é sentir-se [amado
Gargalhou, agradeceu, deu um duplo mortal carpado
Reviveu, renasceu, floresceu o jardim desolado
Flores que já se esqueceram do quanto podiam ser belas
Despertavam famintas para saborear a Primavera
E a menina contou a novidade aos 4 ventos
Porque queria dividir a felicidade que a inundava por dentro
Porque o Amor só é Amor quando é compartilhado
Não é algo que se sente, é algo a ser experienciado
O medo do Adeus já a havia paralisado
E ela experimentou a dor de deixar o Amor de lado
E porque doeu demais, deixou esse medo em seu passado
E sorriu pelo momento, independente do resultado
E sentiu-se livre como já se esquecera que era
Passou o dia nas nuvens ainda que os pés tocassem a terra
Libertou os seus poemas
Perdidos já há muitas eras
Enganou-se ao procurar nos outros
A Poesia que sempre esteve nela
Olhou-se com outros olhos
E por um instante sentiu-se bela
A lágrima cruzou seu rosto mas não era tristeza o que sentia
Porque depois de longas noites afinal brilhava o dia
Depois de muito, muito tempo, sentiu de novo que vivia
Agradeceu a Deus pelo Anjo que a visitara ao raiar do dia
Desejou que assim fosse pelo resto de seus dias
Mas sabia que os Anjos as vezes voam para longe
Pra visitar outras meninas
Pela primeira vez no dia seu coração se encolheu
Mas ela sacudiu a cabeça e rapidamente agradeceu
Porque entre o espinho e a Esperança
Foi a Esperança que escolheu
E mesmo não sabendo se o Anjo veio seguindo seu chamado
Decidiu guardá-lo bem num canto seu todo enfeitado
Parou de se perguntar para apreciar o que estava sentindo
E quando a noite retornou, a menina dormiu sorrindo.