Chuva de Domingo

Límpida, vazante, brilhante...

Chega com a ânsia em meu peito se abrindo;

Incônscio no blefe de uma dor crepitante...

Constante resplandece na chuva de domingo!

Dia após o descanso propenso;

É estendido por escuros nimbos latentes!

Mente turvada pelo denso céu imenso...

Insulado no quarto pela influente névoa temente!

Distração em escassos momentos...

É árduo com a pesada tromba sombria.

Capacidade em enublar os meus pensamentos...

Justapõe no ar disposição e melancolia!

Condensada... Enturva o lindo raiar...

A olhar fico na vaga em lugar ermo;

Com pancadas apaga meu ativo pensar...

Filosofando-me o “conhecer a ti mesmo”!

Paralisa o tempo no ilusório,

Em meu corpo reflete a simbólica cruz!

Da solidão ao cair nesse estreito consolatório...

Buscando das trevas uma brecha de luz!

Triste torrente negra lá fora...

Desordem me dispersa confundido com alegrias;

Lágrimas transmite ao olhar que chora...

Com rudeza lutando por um belo dia!

Abundante motim de águas dolorosas...

Terebrante na noite uma insônia profunda!

Nos sonhos avistando esperança luminosa...

É a energia radiante da manhã de segunda!

Carmo de Oliveira