Folha de Outono

Seca despenca amarelada...

Ó espalmada folha outonal!

Primavera dantes fresca, esverdeada...

Hoje frágil... Cambaleia em campo sepulcral!

Belos dias na perceptível árvore suntuosa!

Contemplava ao fruto a sua proteção!

Clorofilada absorvendo energia luminosa...

O campo convertia em lugar de admiração!

No oscilar do limbo ao seu respirar...

Com o vento ressoava a paz do ambiente!

Purificação conseqüente do perfumado ar...

Era sombra verdejante a sonhos reluzentes!

Ó esplendorosa esmeralda laminável!

Eterna era das estípulas do seu ramo...

Da bainha se expandia de forma inclinável...

Encolhida perecia na nova estação do ano!

Das nervuras agora encrespadas...

Folíolos cindem do pecíolo doloroso...

Anunciando o clima da época temperada...

Descamba caducifólia! No sórdido chão lodoso...

Reflete novo tempo no mundo afora...

Na suntuosa árvore não mais está presente...

Sentimentos humanos na parte verde desta flora!

Sobrepondo ao homem a doce folha antes perene!

Querido balançar demorado a regressar!

Saudades do frescor... Natureza... Amanhecer!

Tufão de emoções ao coração a clamar...

Redemoinhos como a folha no campo a se mover!

Palmada era como macia e calorosa mão...

Do mais puro e lindo amor que me apareceu!

Do orvalho saem lágrimas da sua abscisão...

Que do amor de folha no meu consciente faleceu!

Nos verdes olhos transbordam vitalidade só dela!

Procura no espírito uma ajuda, um auxílio...

Nem mais carinho, estômatos, donzelas, lenticelas...

Suplantando o campo num canteiro de exílio!

Para o retorno... Paciência! Na linda florescente!

Menina verde, apaixonante das mais belas eras!

Em congelado inverno espera com desejo ardente...

A luz do sol ao renascer da companheira primavera!

Carmo de Oliveira