Dentro da luz de um poema...
Permaneci em silêncio por um tempo em que perdi as contas de que tanto foi
Cabisbaixo,
Sem fala, sem gesto, sem qualquer manifesto que seja.
Sem qualquer protesto!
Até que não mais me suportando,
Soquei-me bem no meio do estômago
Dei-me tapas na cara e acordei da afasia
Balancei-me lancei-me fora da apatia
Lancei fora o espelho perdido
Dancei sozinho a música dentro de mim
Quis de novo o sonho que ainda não se foi
Devorei a penumbra de outrora
Mergulhando na luz de um poema
Pois poucos poemas são luz,
Na maioria são sombras de nós mesmos
Que emanam de corpos inertes...
Inerte estava,
Agora me agito,
Dentro da luz de um poema...