ESPERANÇA

O cachorro rasgado no asfalto sujo

A buzina do carro impaciente

A escarrada pelo vidro

A bituca rolando para a guia

O céu cinza

O ar imundo

Árvores sufocadas

Poluição visual

O rio fétido, pútrido, morto

O caos do trânsito

Manchetes de chacinas nos jornais abertos nas bancas

Uma pesada tristeza e desesperança conformada pairam na metrópole subjugada

A prostituta velha voltando bêbada para casa

O moribundo deitado na calçada

O moleque descalço escancara um sorriso apesar dos dentes podres

Ainda há um brilho intenso em seus olhos inocentes

Sigmar Montemor
Enviado por Sigmar Montemor em 25/04/2007
Código do texto: T463271