O Andarilho
Pálido vulto descomunal...
De curvadas esquinas e ladeiras ascendentes...
Clemente... Nos dias do interessante ritual!
Solitário vaga sem rumo iminente!
Figura combalida no seu parecer...
Nos passos, misto de simpatia e consternação!
Perambulando se exercita ao entardecer...
Desvia-se veloz no alcance de uma explicação!
Compreender o porquê nem os mais sapientes!
Sua sina é este caminho sem trilhos...
Passado estimável é sua viagem patente...
Admirável ao padecer... É o eterno andarilho!
No olhar para cima quixotesco...
Contempla o infinito azul refratado!
Da flora aspira o mais suave ar fresco...
Suspira aliviado do percurso transladado!
Estima no campo seu redor com atenção...
No futuro mentaliza o prosternar do seu destino...
Fragrante hortelã distorce sua sensação...
Despertado para errar pelo cheiro esmeraldino!
Bom samaritano errante fugitivo!
Misericordioso ao próximo no seu caminhar...
Das lembranças pequenas é cuidadoso e intuitivo!
Já sabe como ajudar aquele que lhe rogar!
Sábio eremita de jornada interminável!
Trabalho e estudos são sonhos adiados!
Ativa nas passadas vontade antes desejável...
Implora por um amor carente e apaixonado!
Saudoso atleta no fio da esperança!
No olhar brame sentimentos não esclarecidos...
Alguém para entender seu sofrer e sua andança...
Quem sabe não é um amor por aí escondido?!
Carmo de Oliveira