DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO

Olho-me no espelho...
Não me vejo;
O que vejo então?
Vejo a permanência do vermelho,
Vejo o sinônimo da solidão.

Vejo um homem sem rosto,
Vejo a vaga do mar,
Vejo as uvas no mosto,
Vejo a dor encostar.

Vejo um olhar perdido,
Tentando se encontrar,
Vejo um sorriso escondido,
Querendo se revelar.

Olho além do espelho...
Algo, eu vejo;
O que vejo agora?
Vejo um amparo, um esteio,
Vejo a cor da aurora.

Vejo por detrás do olhar,
Um desejo de reação;
O germe da esperança brotar,
Do fundo do meu coração.