Luz da Flama e Antiga Sábia

Alcancei tua praia imensa sem luz e madrugada

Insone de noite ressonante a procurar consigo

Serenamente te amando às velas em seu leito

E sendo sua risonha cúmplice desta vil alvorada

Estive ao longe, a navegar, trapeira ou maruja

Louca e cega de sonhos enevoados a trafegar

Uma senhora, um homem, algo fardo universal

A pretendente dessa só vígilia insone iluminada

Estamos juntos agora que alcancei continentes

Numa louca empreitada navegante entre mares

Oceanos de candura em juramentos desvelados

O arriscar-se em recifes de sentir rudes penedos

Desço ao seu semblante em naus de puro sonho

Minhas mãos te apalpam envoltas em luvas vãs

Adocico teu sonho, serenar farsesco, ressentida

Muito de mim espera de ti ao teatro dessa vida

Estou na sábia fermentação de espuma rendida

A filósofa de teu reino esvaído, delirante, vasto!

E afinal estou em ti, distante em casto penúrio

Enfim a estar pronta para desbravar um sertão

Coisas e lugares meus que permanecem brumas

Agora rainha e maravilha, pronta a teu jardim...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 25/04/2014
Código do texto: T4783049
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