NOITES HORRÍVEIS
Antes luz de chama ridente,
E agora escuridão em pranto,
A flor que plantamos juntos,
Para que vivesse para sempre,
Desfez-se em pétalas de desencanto
Que se perderam em jardins moribundos.
Deitávamos sobre uma branca nuvem, antes tão pura,
De delícias intensas, românticas, inesquecíveis...
E agora, à sombra do passado, a saudade me procura
E me deita ao relento na dura frialdade do chão.
Eu sigo deserto pelas ruas caladas
De noites infensas, tirânicas, horríveis...
Guia-me os passos sobre o pó das calçadas
A esperança de tê-la de novo em meus laços,
Quem sabe um dia, talvez em alguma estação,
No caminho que jaz entre o afeto e o abraço.