O que queres?

Desejar, lembrar, querer e relatar?

Um amor cediço, o tremendo desejo?

Este quê de algo mais que alianças?

Meu coração enrugado e rosto liso?

Uma parte de minha refeição fria?

Aquele querer próximo de ti e eu?

E o que pedes, queres, desejas?

Sou tua menina de rosto óculos

Esta perdida pele suave amarga

A renda de meu vestido inútil

Ou a fama de me esfomear amar?

E tu vens a mim e tu queres mais?

Na verdade entronadas mentiras

Versos falados ao rés da audição

Um sopro a moça enrustida musa

Estas pernas lisas nunca tocadas

Ou eu assim, de braços cruzados?

Entornas o caldo e deseja a sopa?

Olha ao meu ser desejando amar

Uma figura de óculos represália

Mulher desatada ao ruir-se nua

Encalhada ao areal dos perdidos

Ou alma de abraço morno diário?

Te daria o céu e mais esmolas...

Seria teu brinquedo meu delírio

Acostumada ao solitário remediar

E te ofereceria passos ao abraço!

E te darei as nuvens invejadas...

Remediando minha miopia serena

Ao seu olhar lacrimejante arfante

Sou essa de saia, botas e risos!

Em meus seios batem um coração!

Por ora não deseje mais orando

Por isso - digo-te - mero adeus...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 21/08/2014
Código do texto: T4930796
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