O que queres?
Desejar, lembrar, querer e relatar?
Um amor cediço, o tremendo desejo?
Este quê de algo mais que alianças?
Meu coração enrugado e rosto liso?
Uma parte de minha refeição fria?
Aquele querer próximo de ti e eu?
E o que pedes, queres, desejas?
Sou tua menina de rosto óculos
Esta perdida pele suave amarga
A renda de meu vestido inútil
Ou a fama de me esfomear amar?
E tu vens a mim e tu queres mais?
Na verdade entronadas mentiras
Versos falados ao rés da audição
Um sopro a moça enrustida musa
Estas pernas lisas nunca tocadas
Ou eu assim, de braços cruzados?
Entornas o caldo e deseja a sopa?
Olha ao meu ser desejando amar
Uma figura de óculos represália
Mulher desatada ao ruir-se nua
Encalhada ao areal dos perdidos
Ou alma de abraço morno diário?
Te daria o céu e mais esmolas...
Seria teu brinquedo meu delírio
Acostumada ao solitário remediar
E te ofereceria passos ao abraço!
E te darei as nuvens invejadas...
Remediando minha miopia serena
Ao seu olhar lacrimejante arfante
Sou essa de saia, botas e risos!
Em meus seios batem um coração!
Por ora não deseje mais orando
Por isso - digo-te - mero adeus...