No interior do interior

No interior tudo deveria ser mais calmo

Caverna, onde mora o dragão

Onde mora o grito contido

O silêncio alarmante

Sino preste a badalar

Mas parece que a hora da missa nunca chega

No interior de mim (de nós)tudo deveria ser mais claro

Jóia rara exposta na galeria

Um museu de coisas novas

Arte moderna, contemporânea

Sol sempre nascente

Todo interior deveria ter a sua relação exterior

O guardado muitas vezes se perde

Entregue às traças

Cheiro de mofo

O existido inexistente, preponderante

Olhos abertos, meninas dos olhos

Há um muro

Uma tampa do foço

Pedra sobre o papel

Um véu de noiva a espera de ser levantado

Para que aconteça um beijo abençoado

No fundo do mar habitam muitas belezas

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 10/09/2014
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