O pulo da gata.
Tem um sol lá fora.
Aqui dentro,o calor,apenas ameaça.
Olho pela janela,não encosto o meu
Rosto,nem o gosto do sol,e das pessoas
Que passeiam,me convence ainda.
Preciso começar a responder,o que eu mesmo
Pergunto,sem julgar o assunto que me devassa.
Passa encostado na minha perna,o rabo da gata.
Ela faz um balé que me confunde.No fundo,eu sei
Que ela quer apenas,alimento.
E eu,não me contento,vou com ela.
Se eu abro a janela da sala,ela foge.
Não é bem uma fuga...
E hoje,eu não vou julgar as suas(minhas) escolhas.
Vou apenas,continuar no telhado.
Sendo eu mesma e a minha gata.
Eu quero ser ágil,feito o seu pulo,que me encanta.
"Abandonar" as minhas crias na gaveta,voltar para
Alimentá-las.
Na fuga,desse passeio inofensivo,encontrarei a minha
"caça".Talvez eu não esteja alimentando-a direito.
Talvez,seja apenas a natureza do felino.
Eu não sei me espreguiçar ao sol,como ela
Faz,mas eu aprendo...
Apenas ser gata,quando eu quiser!
Depois volto a ser mulher.