ESCUTA-ME
Tu pediste para uma voz falar
Mas, talvez, quisesse apenas ouvir
O sussurro de sua razão reinar
E apagar o que o coração tentava imprimir.
Talvez, ainda, o ultra-som do meu sentimento,
Tenha fugido dos seus ouvidos apurados
Transformando minha voz em um tormento
E o meu coração em um bater desesperado.
Mas como posso ser tão barulhento?
Se minha ordinária palestra não é audível?
Se esse barulho é mais silencioso a cada momento
No meu amar desconsolado, literal e incrível?
Mas a razão de cada palavra é uma resposta.
Trago ainda em meus dias de orador displicente
A esperança de presenciar nossos corações contentes
Ao ver surdo e mudo a sua razão decomposta.