Breve calmaria

Na face, ainda teima cair uma lágrima...

Uma única agora, sem tristeza, nem dor,

Mas vai envolvendo, completando a rima;

Tentando enfeitar a manhã com essa flor.

No coração, um sentimento meio confuso...

Um desespero sem sentido, um grito mudo;

Amordaçando um instante que se faz difuso,

E o pensamento vai recapitulando quase tudo.

Na alma, um silêncio se instala, indevido...

E a poesia se cala também, mas voltará, sei,

A inspiração vem sempre rebusca os sentidos;

E quando tudo se acalmar, outra vez, voarei.