Poesia de Hoje

eu procuro a paz

como tantos mortais

escrevo como que realizando uma oração

se o que faço torna-se sagrado,

eis-me, então, duelando com palavras

na árdua tentativa de me encontrar

enquanto os meus vizinhos dormem

eu sofro, tentando entender mistérios da alma

nem que seja a minha própria

e chego perto

descubro o que nem eu mesmo sabia

e me espanto:

será isso o que se chama poesia?

continuo buscando

- como sempre

e temo em aceitar que só os idiotas são felizes

eu mesmo estou longe disso

depois de morrer um pouco em cada verso

eu releio tudo

e já me liberto

sei um pouco mais do que tortura

do que me impede de prosseguir

e acabo encontrando respostas, caminhos

já tenho por onde ir

e sigo

até que tudo se torne turvo outra vez

nem que seja no próximo mês

Raul Franco
Enviado por Raul Franco em 17/04/2015
Código do texto: T5210957
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