Colheita

Novo amanhecer

No céu rosicler

Perfume e frescor...

A folhagem mádida

Brilhante lágrima

Numa branca flor...

A flor que se engelha

E é da abelha

O suave labor

É também o trago

Mal pago e amargo

Do trabalhador...

O branco se perde

Da folhagem verde

De amargo sabor...

Dá lugar ao fruto

Que enriquece e muito

O rico produtor...

Preto e vermelho

Verde e amarelo

No imenso verdor...

Incansáveis mãos

Vão colhendo grãos

De vistosa cor...

E quando a colheita

Está completa

O trabalhador

Espera também

Que o ano que vem

Seja bem melhor...

Fica o verde-folha

Que a noite molha:

Amargo suor...

Ó Deus, quando há de

Haver igualdade

Um mundo melhor?...

In "Cintilações" , CBJE, 2014.

Antônio Gonçalves Hudson
Enviado por Antônio Gonçalves Hudson em 10/09/2015
Código do texto: T5377734
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