Ato e potência
Quando apesar de não saber, lhe faltar gás
Quando não se sabe ao certo se o doce mudou de gosto
Ou se a língua que já não sente mais
E apesar de não sentir, algo lhe mata
E ainda que a poesia que chave fora
Que dos teus desesperos te libertara
Agora te dilacera e cala
Eis então que o ato salva!
Ato é fato que habita a vida da gente
É o choro do filho que morre de fome
Um olhar de recusa, "indiferente!"
O ato é fogo e impulso
A força que sai dum poço profundo
Que vem de super-herói só pra mudar o mundo
Mas se a lágrima por ventura te servir de penitência
E se a miséria te levar ao apogeu
Nessa hora sois potência
Ouvi dizer que são milagres de Deus
Daí então quando findo o dia
Vá num cantinho só seu
Agradeça a quem prefira
E eventualmente sorria!
Pois o sorriso é um aperto na mão do criador
A maneira mais simples e sadia
De beijar a face macia do amor.