Ato e potência

Quando apesar de não saber, lhe faltar gás

Quando não se sabe ao certo se o doce mudou de gosto

Ou se a língua que já não sente mais

E apesar de não sentir, algo lhe mata

E ainda que a poesia que chave fora

Que dos teus desesperos te libertara

Agora te dilacera e cala

Eis então que o ato salva!

Ato é fato que habita a vida da gente

É o choro do filho que morre de fome

Um olhar de recusa, "indiferente!"

O ato é fogo e impulso

A força que sai dum poço profundo

Que vem de super-herói só pra mudar o mundo

Mas se a lágrima por ventura te servir de penitência

E se a miséria te levar ao apogeu

Nessa hora sois potência

Ouvi dizer que são milagres de Deus

Daí então quando findo o dia

Vá num cantinho só seu

Agradeça a quem prefira

E eventualmente sorria!

Pois o sorriso é um aperto na mão do criador

A maneira mais simples e sadia

De beijar a face macia do amor.

Henrique Miranda
Enviado por Henrique Miranda em 13/09/2015
Reeditado em 14/09/2015
Código do texto: T5381233
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