Planeta de Regeneração

Finda o verão tempestuoso deste ano de trevas.

O rubro entardecer já não fulgura no horizonte.

Trovões fazem o alarde aos desavisados.

O abalo sísmico apavora multidão de consumistas.

Porém, fazem vistas grossas ao clamor do planeta.

E jazem em sua própria arrogância e egoísmo.

Eis que os tempos clamam por valores esquecidos.

Nossa juventude é de desesperança e desesperados.

Nossos idosos tristes e abandonados, oh, que dor!

Choro no silêncio de minha impotência e rogo,

Com fé de humano simples e que abençoa.

A terra que ferve e vomita com a acidez dos homens.

Que faz sangrar os oceanos com o abate de seus filhos.

Ceifeiros vorazes do manto verde que lhes dão de tudo.

Sufocados estão nossos pássaros que raro gorjeiam,

Estradas infinitas definem um caminho difícil de trilhar.

O céu azul perde espaço para um cinza convicto.

E ainda perambulam os maltrapilhos e zumbis do vício.

No solo asfaltado que não é mais duro que os corações dos seres deste século.

Corações endurecidos que são como um fino punhal no ventre da Mãe,

Que o gerou, cuidou e alimentou por eras e eras, porém, qual a paga?

A ingratidão em forma de degradação e descaso com a beleza desta serva.

E tristemente ela lamenta pela dor dos filhos queridos e desafortunados.

A vida pede com tanta simplicidade nossa dedicação e amparo.

Flagelamos almas ainda em formação em nome de padrões.

Enfim, o resgate da esperança já está lançado há tempos.

O começo de um fim sem limites, pra uma aurora que desponta no horizonte.

Autor Desconhecido