Poema Oculto

Um verso existe na solidão

Da velha gaveta, esquecido,

E suas vogais, rabiscadas

A esmo, refletem os olhos do poeta.

Uma incógnita de um poema

Que existiu sem haver nascido

Em seu todo, agora imcompleto,

Nada reflete, ou alhures será?

Mas, a gaveta aberta, a solidão

Se extingue, e a luz penetra

Nas vogais ensimesmadas.

Esse branco do papel, reflexo

Dos olhos vivos do poeta, diz:

Basta um verso

Para se pensar o poema.

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 27/06/2007
Reeditado em 04/01/2016
Código do texto: T542637
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