Elegia a uma Deusa viva

Para Marivaldo Neves

Ela nunca nascera de fato.

Seu existir varava o pano do tempo

Sempre que a trucidavam

Algo emanado do coração dos seus filhos a ressuscitava.

Era uma senhora majestosa e bela

A ponderar sobre o volúvel querer dos seus filhos

Seus sacerdotes e guardiões lhe discutiam a natureza

E preservavam suas virtudes.

Ela aparecera na Grécia numa era

Encoberta pelas noites do tempo

Conduziu povos a belos sonhos

E sangrou nas batalhas dos homens.

Numa futura terra quente e distante ao sul,

Lar de uma casta de ódio e cobiça,

Fazia por breves tempos, morada

O mal, contudo, sempre assomava.

Os sacerdotes dessa terra se corrompiam

Engendravam falsos heróis

E maculavam de ódio

O colorido coração dos seus filhos.

Mas havia uma estirpe de seres

De coração inquebrantável e alma de esperança

Impermeáveis ao ódio e ao temor

Eles sabiam na alma, a verdade.

No âmago, tinham todos indestrutível certeza

De que agora e no porvir, ainda que todo o mal assome,

Será sempre Ela, A DEMOCRACIA,

É a única heroína, digna desse nome...

Nairson Luiz Santos
Enviado por Nairson Luiz Santos em 08/04/2016
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