Marulho de ondas

Marulho de ondas
Na cabeça de Maria
Quando o mar revolto
Levou marinheiro embora

Nas ondas a barca desapareceu
Na praia, ninguém apareceu
Todos os dias olha a praia
E procura no horizonte

No silêncio da noite, murmura
Palavras de amor e perdão
Pensando no marujo que feriu
Com palavras de desamor

Confessa ao mar toda sua ingratidão
Pedindo aos céus o perdão
Pedi que o marinheiro volte
Porque levo seu coração

O mar murmura apenas gemidos
Dos marinheiros desaparecidos
Que ao se afogarem, hoje dormem
No castelo encantado de Iemanjá

Dizem que seu vestido azul
Tem as delícias das ondas
Que doces sereias cuidam
Dos marinheiros que se afogaram no mar

Dione Fonseca