Esperança, não hesite

Temo a Esperança.

Esperança, o que queres?

Nada hei de querer, Esperançoso. Como hei de querer, se nada sei? Como hei de almejar, se só sei esperar? Me diga, o senhor Esperançoso, o que queres?

Nada hei de querer, Esperança. Como hei de querer, se nada sei? Como hei de almejar, se só sei esperá-la? Me diga, Esperança, por que tamanha semelhança, nessa nossa discórdia tão louca? Tão sóbria?

Não tenho respostas, Esperançoso. Só fico aqui contigo a esperar, sei lá o que espera...Espera o que queres fazer? Por que não há de fazer, em vez de esperar? Espera o que queres ter? Por que não há de buscar, em vez de esperar?

Preciso de respostas. Breves respostas, repostas certas, Esperança. Traga-me o que me faz esperar. Traga-me, sem que eu tenha de tanto lutar.

Caro senhor, vou partir. Vou partir desse mundo de espera. Esperança que sou, me cansei de esperar. Enfadonho esperar. Se espero por ti, o que nada sabemos. Para que esperar, em vez de irmos vivendo?

Não me dê questões, Esperança. Por favor, não diga-me para buscar. Não sei buscar. Só sei esperar.

E eu, Esperançoso, eu só sei faltar.

Thaís Carmo
Enviado por Thaís Carmo em 07/02/2017
Reeditado em 10/02/2019
Código do texto: T5905487
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