Chuva de sentimentos

Se existe um tempo de chover
Que seja agora em dia ensolarado.
As nuvens sentidas se formam,
Qualquer instante pode chegar...

Somos pequenos em nossos passos
Mas grandes é o nosso perceber.
Se um instante aqui se encontra
No outro ali se vai, torrencialmente.

Mesmo sem o rolar de pedras nas nuvens
Sem a paleta de cores cinzas e lúgubres
Sem a eterna captação do sentimento aglutinado
Mesmo assim chove-se sem molhar.

E chover é se reconhecer
É transformar aglutinações em despejos
Lavar aquilo que vem sendo sentido
Desabar tristezas para serem esquecidas.

Na minha chuva, choro por outros
Sempre em nosso céu os sentimentos
São acumulados por outras aguas
Choro nos olhos dos outros que molham.

Em alguma parte, serei arco íris
Transbordarei em cores todo este sentir
Terei certeza que o amor será colorido
Sem chuva para se lamentar jamais.