Como tua mãe que lhe deu presentear a vida
  A seguir de mãos doloridas a pedir a remissão
  Um perdão que só fosse sorriso sem temer
  Este aguardar da hora em minutos idos...

  Sofrer que seja a pedir que miséria não venha
  Que a vida em dádivas possa não chorar
  Por ti a cada nascer desse filho ingrato mau
  Dando a cada um a flôr mesmo em seu covil 
  
  As mãos a te pedir longamente o bom juízo
  Como a penar eternas por esperar simpatia
  Do amôr que esvai num mundo demolido
  Esperança de côr alva em suja devoção...

  A cada um por seu desamôr sem desesperos
  Querer viver com anjos que nascem mortos
  Abraços perdidos de tantas que foram mãe
  Manuseando felicidades diante dos juízes! 
  
  E chorarei essa missiva a cada primavera vil
  Na conduta do filho patrão ao desalinho seu
  Nas horas desse filho assimilado no parir-se
  E muitas vidas refletidas no abraçar eterno

  Quis amar e fui detida. Impedida de ser feliz
  Poetisa dos tormentos quais ferem dentro
  A querer ser algo adiante que perdida filha
  Sem um filho que me chamasse de mamãe...

   

P.S.

        
"Ao perder a minha, ainda viva em coração, senti o cair do apocalipse fútil e o desafogar da amarga hora. E num relance fiquei sozinha e com minha poesia ao dedilhar de alguma esperanças. Do sofrer acabei sozinha mais uma vez. E no remorso dessa humanidade que me castigou por ausência, fico a esperar chorando um seu perdão, a sua volta se pudesse. De certa forma eu mereci a desdita e a cada dia das mães eu padeço imenso demais ( choro tanto... ); contudo, a mantenho viva nas palavras que me convém ser ditas como filha, solitária erma, uma vida, irmã ou mesmo uma senhorita de si, junto com as meninas mulheres - meus amores, de sustento último neste mundo!"
                                                                                            ( Jú / 2017 ) 
Jurubiara Zeloso Amado e Um pouco mais de mim mesma
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 15/05/2017
Reeditado em 15/05/2017
Código do texto: T5999306
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