Finalmente não choveu
Hoje
finalmente não choveu
e o pesar adormeceu.
Deitou-se de forma lenta
sobre a seara pachorrenta
que amarelava no campo.
Deu a vez à alegria
que mais forte se sentia
sempre que o sol fulgurava
e a vontade chegava,
de abraçar as madrugadas
e refrear as geadas,
que sempre emudeciam
as pessoas que sentiam
o enregelar das palavras.
Finalmente não choveu
porque a tristeza adormeceu.
Isabel Fagundes
05/06/07