Céu de concreto.
Ao acordar em chuva ou sol,
A primeira imagem é o canto
Esquerdo do teto da casa,
Onde visualizo Deus,
Velando meu sono!
Grata? Sim!
Consigo ver o claro.
Encaro o dia,
Saio de casa,
E aquele canto que conforta,
Fica a espera da volta!
Todos com pressa,
Conhecidos do mesmo caminho,
Pegam as mesmas conduções,
Aos lentos passos do destino.
Na rua sou desprotegida,
Arrasto-me só,
Entre milhares de pernas,
À espera!
Em meus ombros o cansaço,
Da ansiedade de vida.
Então me percebo,
Com peso, tornando-me folha caída!
Em mais uma tentativa,
Ergo a cabeça, inflo o Peito!
Na esperança de ar,
contínuo,
Que faça apenas caminhar.
No fim da noite, volto pra casa!
Com as cinzas do dia,
Olho pro canto,
E prometo mais uma vez,
Levar meu conforto,
Para minhas horas lá fora,
Fazendo meu teto,
O céu infinito!