Ainda há esperança

Noite clara de estrelas e lua cheia

Caminho à beira-mar

A passos lentos na areia

Sentindo e ouvindo as ondas a quebrar.

Diante dos olhos se agiganta o horizonte

E a lua mergulha no oceano

Eu paro àquele caminho defronte

A cujo traçado não há acesso ao plano.

Admiro, pois, esta de beleza plena

Cena por mãos divinas desenhada

Enquanto invade a alma agora amena

A joia da fé duramente lapidada.

Ajoelho então ali na água em respeito

E em profundo agradecimento

Sentindo cobrir-me o líquido leito

Trazendo-me das dores o arrefecimento.

Nesse momento de êxtase e contemplação

Ergo os olhos em direção à lua

E vejo vindo em minha direção

A Sagrada Mãe com a serenidade sua.

Acolhe-me ela em seus braços

E embalando-me, faz-me adormecer

Sorrindo, fecha-me os olhos lassos

Dando-me forças para continuar a viver.

Em terra firme depois acordo

E daquele sonho resta vaga lembrança

De emoção então transbordo

Pois sei que no fundo ainda há esperança.

Cícero – 15-12-2017

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 15/12/2017
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