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AINDA HÁ MUITO QUE VIVER 
(homenagem carinhosa aos dignos senhores da 3ª idade)

Que será de mim após o sol?
não quero ser deixado de lado
como uma agenda usada no passado,
como um maço vazio e amassado de cigarro.
Não quero me sentir ultrapassado
nem que minhas opiniões sejam inócuas,
ou que meus comentários sejam relevados.
Que será de mim após a noite?
não quero ser motivo de piedade,
nem configurar incapacidade,
ou me sentir alijado nas conquistas.
Amanhã quero continuar sendo digno,
que as minhas rugas sejam vistas
como estradas da minha experiência,
que a cor prateada dos meus cabelos
sejam espelho das minhas ações positivas.
Quero poder mostrar-me capaz
e com minha lucidez e atitudes
inspirar os jovens com minhas ações.
Não quero que pensem que meu destino
é esperar Alzheimer ou Parkinson,
me entupindo de medicamentos,
enquanto as artroses me deformem.
Ainda quero ver lírios nos campos,
e tantas alvoradas quanto possível,
enquanto caminho vivendo a felicidade.

* Esta poesia está no livro "Mania de Escrever" a ser lançado brevemente com poesias diversas. É proibida a cópia ou a reprodução sem a minha autorização.
Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 24/08/2007
Reeditado em 15/03/2008
Código do texto: T622548
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