Sangrando ...

Incendeio-me no sul,

algum norte, saio a procura.

Com a alma em chamas, sangro!

O vazio,

a indiferença,

ferem-me profundamente.

Viro-me pelo avesso,

me procuro e não me encontro.

Onde está Eu,

quem sou Eu,

para onde vou???

Apagada presença,

identidade anônima,

fala sufocada,

um reflexo, uma miragem,

um grito!

Sou uma alma em chamas!

Viajo pelo meu horizonte longinquo,

antes vasto,

liberto, sem travas, sem chaves,

agora caminhos vacilantes e vigiados.

Paro, respiro, silencio ...

as sensações me confundem.

É falta de ar,

de palavras,

de silêncios não declarados,

de sustos,

de rumos marcados,

ou entender reações humanas mais incomuns ???

Quero limpar meus neurônios carbonizados,

procurar o fio perdido,

encontrar,

religar,

nascer de novo,

recomeçar,

sem decepções, frustrações ou êxtases,

"sem sustos apenas."

Não quero uma liberdade vigiada,

um diálogo mudo,

uma terra arrasada,

um sol tímido.

Quero estreitar distâncias,

há muitas distâncias em mim ...

Quero vida, quero vento, quero voar,

voar para um canto de paisagem viva.

Das sombras das cinzas sairei,

sendo fênix,

renasçerei e voarei,

em algum horizonte,

alguém me espera.

- Helena Huback -

Helena Huback
Enviado por Helena Huback em 13/06/2018
Reeditado em 14/06/2018
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