C9-P1: Ai, pálida noite

Ai, pálida noite que esfria-se

Não parece presisar

De ajuda como eu

Que para me esquentar

Penso na boca tua

que dos lábios de mal

rodeiam meus ouvidos

acelera meu ritmo

condenando minha alma

ao murmúrio doce

da lembrança triste

Traga-me paz!

Não posso pedir!

Traga-me o escuro!

Nem ver presiso mais!

Trague-me, sim,

Como se fosse eu

A alma mais capaz

De poder pedir a paz

Que sei que queres ter

É a luz escura demais em seus sonhos?

Oh doce vida igual a minha

Não sei se vou poder

Condenar-te da mesma forma

Pois a forma de meus sonhos

Não esta aqui no mundo das formas

E se a forma que te fez

Der frutos outra vez

Serei eu o primeiro

na primeira volta do ponteiro

a ganhar o premio

da perdição

e não perder-te desta vez

e quando abrires seus olhos

olhai! Eu sou um filho do amor!

olhai! Olhai como cantam

as vozes que se perdem

e janela afora vão

indecifráveis murmúrios nossos

que apenas o passado conhece

em sua fúria inconsolavel

quando estava vc em minha prece

quando estava eu em minhas vestes do ultimo dia

antes de dizer adeus a duvida

e declarar-me assim

como vistes outra vez

no dia do dia ideal

que cantarei agora

aos filhos meus

que retomam suas vidas

da onde não começaram

pois no tumulo onde jazes

jaz também minha alegria

que so se retoma

quando fecho os olhos

e, oh, quando canto

para os filhos teus.

--