Eu dizia

Eu dizia, todo dia,

toda hora, sem parar:

Ninguém pode me entender

Ninguém pode me salvar.

Os sonhos que eu sonhei

Aprenderam a voar,

esqueceram o seu ninho

e jamais irão voltar.

Sou só uma criança

se afogando neste mar,

que não sabe o que fazer

que não sabe nem nadar.

Quantas vezes eu dizia:

para quê se levantar?

Se o Tempo nunca pára

e tampouco irá voltar.

Assisti o meu Destino

do outro lado, a passear,

roubando a minha alma

diante do meu olhar.

Tornando a minha vida

uma leve folha ao ar

Consumindo a minha pele

sem ao menos me tocar.

Eu dizia a esta ferida

continue a sangrar,

a do corpo, um dia, passa

a da alma há de ficar.

Eu dizia, todo dia:

Ninguém pode me salvar,

Eu dizia tudo isso

Até eu te encontrar.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 03/02/2019
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