Voar

Lentamente, meus passos desafiam

A longa trilha em direção ao alto

As nuvens escuras prenunciam a chuva

Que logo desabará

Meus braços exaustos ardem

Com o peso de tudo que carrego

Minhas asas, quietas, repousam

Sob o tecido que envolve

meu corpo

Minha carne já não tolera conter as vastas asas que sustento

A liberdade, como uma lâmina, rasga minha pele

O sangue escorre enquanto as asas

persistem em se abrir, enfrentando o vento

A trilha ainda prossegue penosa e íngreme

O frio implacável aflige meus pulmões

E as pedras,

meus pés a desbravar

A altitude ainda não se atinge completamente

As montanhas permanecem distantes

E minha visão embaçada vislumbra a esperança que reside lá no alto

Montanhas misteriosas e congeladas

Guardam segredos e atraem aventureiras voadoras

Suas asas fatigadas alcançam o cume

E o corpo, da altura,

Desce com graciosidade

O vento

Violento faz o corpo flutuar

Carolina Duvir
Enviado por Carolina Duvir em 06/02/2019
Reeditado em 17/01/2024
Código do texto: T6568811
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