Um adeus a esperança
Perdido em uma floresta
Repleta de farpas.
Num labirinto de farsas,
Jogado às traças.
Aqui. Felizmente
Ou infelizmente, nada me ameaça.
Aqui. Definitivamente,
Vivo o absurdo da desgraça.
Tentando desesperadamente
Remendar meus cacos,
Antes que eu me despedaça.
Num grito de dor e desespero,
Eu grito à esperança.
Para que ela não parta,
Meus gestos são inúteis
Não importa o que eu faça.
Ela partiu. Pra longe de mim fugiu
E o pior de tudo, é que eu, fui o comparsa.
Como uma embarcação.
Subiu âncora e içou as velas.
No peito deixou uma imensa parede de sequelas.
Sumiu na neblina
Para além do horizonte.
Separados pela imensidão do mar e das colinas,
Lá, onde o sol se esconde!
Na verdade, eu não sei pra onde,
Mas é muito, muito longe.
Sem olhar pra trás,
Ela se foi.
E como sempre eu não tomei partido...
Bem na ali, na beira do cais.
O som das ondas à levando
Até hoje entoa em meus ouvidos.
Um passo para trás,
Eu dei. E aceitei.
Ali, com os pés na areia
Eu assisti à sua ida.
Sem voz, nem desejei boa viagem.
Minha incapacidade
Foi o pivô de sua partida
Eu nadei,
Nada dei.
Pois, nem mergulhei e morri à margem.