Senhora do Porém

Todo mundo chega ao fundo. Se desliga e retorna ao começo, retoma o fôlego e parte para o infinito. Recolha as boas recordações, assim como os nosso donos fazem com os puros corpos.

Te guarda sempre, deixa a liberdade transparecer diante dos interrogativos. Ama a palavra mais bela, te purifica dela. Perante o reflexo sagrado desencrava da tua pele as mágoas e escárnios, não temas, pois os outros estarão contigo até que turvem o clã.

O silêncio e a ignorância me inspiram, devoram o possesso, língua que já não desafia, só fere, mas porque tal poder? Só eu pereço de inveja.

Vale a pena estudar os fracos, rir de seus.

Os dedos sangrentos voltam a agir no ato, desfazem ao laços, liberam o terror, longo grito, e a cortina abre, entra o raio penetrante na carne, esvai dor de lágrimas. Só teu íntimo sabe que ninguém está sozinho.

Que a solidão te procure, devore tuas fixações. O intocável todos tocam, o inimaginável todos imaginam, o invisível todos vêem, do vermelho Fazemos amarelo, parabéns aos grande segredos obscuro e ao sopro que obscura.

Tão serena ela leva, varre, nos faz remar na escuridão e muda o mundo... Fazendo teu sono me dar sono, teu medo me dar medo, tua tristeza me dar tristeza, então descobrimos um lugar, uma cidade chamada reciprocidade.

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 01/10/2007
Reeditado em 30/10/2008
Código do texto: T675860
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