MOVIMENTO

Não sei pra onde vou,

E muito menos o por que.

Tenho medo,

Mas medo de que?

Tenho talvez o medo do desconhecido

Aquele receio ante ao abismo do amanhã

Tenho a sensação tal, que sinto o impulso do caminhar,

Mas tenho medo de arriscar

Mas hei de arriscar,

Já não me cabe parar,

Tenho que caminhar.

A questão é: Jamais desesperar

Desesperar pra que?

O amanhã é sempre o amanhã

O amanhã tem gosto de desconhecido,

De desbravado, tal como garimpo a ser garimpado.

O pior que pode acontecer,

É não acontecer,

Mas sem tentar,

De qualquer modo não terá acontecido.

Chega!

Declaro que doravante em diante seja proibida a inércia

Que a regra seja a mobilidade,

O movimento.

E na regra do movimento,

O que menos vale é pra onde se movimenta,

Isso não importa.

O que vale na regra é contrapor a imobilidade

Assim sendo,

Que sejam abolidas de todos os dicionários,

E também de todas as mentes,

Palavras tais como: não consigo, não vai dar certo,

Não posso, alem de outras que indiquem o mesmo sentido.

Em seu lugar sejam vociferadas na mais alta voz:

Consigo, posso, vou, etc.

E se por algum acaso, destes que a vida apronta,

Em algum momento,

Qualquer que seja,

Esta regra seja ameaçada,

Por alguma descrença, obstáculo ou ameaça,

Que todos se insurjam,

E a façam valer.

Marlon Oliveira