Esperanças de chuva
Cai, lá fora, a chuva de novembro,
Fria, audível e não verbal.
(Desfeito mistério nostálgico das nuvens)
Em queda livre e lustral
Como que a tocar em tom menor,
As cordas da harpa dos sentimentos,
Fazendo rapport com momentos
Dentro da minha psique:
São saudades, são amores perdidos de outrora.
Quem me dera que viesses agora
Livrar-me deste uníssono com a tristeza
Que viesses com a tua beleza:
Divina, cristalina e pura
Qual a chuva de novembro
Caíndo sobre a terra, os edifícios, o alcatrão
E me alagasses de co'a tua ternura.
Ou então, que viesses num sonho,
Fruto de uma gota desta chuva de novembro
Na minha imaginação...