UM CÉU SOBRE NÓS*

Alguém por desconfiança a própria sorte diz:

Poderá neste mundo tão obscurecido pelo caos existir algum vestígio de significado que nos impulsione a permanecer desejosos de um... futuro?

É difícil ter esperanças!

A nossa visão é muito limitada para vislumbrarmos algum horizonte,

um norte!

Então, a vida começa a perder o sentido,

impera o caos.

É desse caos que a humanidade hoje geme e sofre as dores de parto.

Entretanto, não são dores de uma vida que está por vir,

mas são dores daquilo que já veio à luz de forma indesejável.

Decepção, frustração, repugnação... medo!

O chão foge de nossos pés, já não há apoio nem sustento para o nosso corpo.

Perdemos a independência que até então parecia a nós termos alcançado,

necessitamos de algo esteja fora de nós, superior a nós...

O céu agora se despedaça sobre os nossos olhares e estupefatos pensamos!

Não era um acontecimento esperado.

É difícil ter esperanças...

uma lágrima que cai, soluço preso no peito, revolta, escuridão, desalento...

um sorriso no rosto, coração pulsando, gesto de amor, perdão, luz, alegria!

Por instantes esquecemos que tudo o que nos cerca – o chão que foge aos pés, o céu que se despedaça – são apenas uma sombra, daquilo que foi preparado para nós.

Uma flor que nasce, um rio que corre cortando as matas e alimentando a relva verde,

uma alvorada ou por do sol,

um pássaro que alça vôo,

o choro de uma criança ao nascer!

Por trás de tudo isto existe uma grandiosidade a qual podemos contemplar.

Somos parte dessa grandiosidade, a sua sombra.

Essa é a causa pela qual não podemos desistir da vida,

existe ainda algum vestígio! Uma esperança!

... Existe um céu sobre nós!

* Baseado no texto: “Não quero desistir” Ricardo Gondim (revista Eclésia/2006).

Lendo as entrelinhas
Enviado por Lendo as entrelinhas em 09/10/2007
Código do texto: T687763
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