Em algures

Posso, sei que posso vencer o medo,
pela luz Divina que há de brilhar,
tragando a umbrosa noite
com o clarão da paz.
E quando se for,
os atalhos ficarem confusos,
a mão do Salvador há por certo
mostrar-me, como num toque mágico,
o rumo a tomar.
E quando eu beber da água purificada,
a mente obterá energia para ser guia,
levando meus passos seguros ao estuário,
o ponto exato do encontro,
mesmo que seja no fim do horizonte.
Eu no princípio da rua,
no início da manhã, talvez no fim da tarde.
Deus queira, não esteja longe o momento,
quando os laços, as bênçãos hão de ofertar
o buquê, a posse legítima.
E por onde eu passar, na espera,
largarei a semente da paciência,
floreando a estrada,
dominando a humanidade.
Hei de poder, conseguir me projetar,
ser ao menos um veículo,
atropelando com fé e crença,
fazendo da chuva a cortina celestial,
banhando, molhando, batizando
aqueles que se erguem,
que elevam seus olhos aos céus.
Hei de achar o estuário
preso a arabescos tão azuis,
que seus olhos ficarão humilhados,
mas, ainda mais serão amados,
por serem meus guias ao convívio com a paz.