PRÉ- VERÃO

 

                             Na velocidade máxima, o ventilador

                                         Faz cócegas no meu corpo ardente.

No insuportável desconforto do leito

Me desalinhado no ninho de calor.

– Que ar quente!

 

No limite mínimo da capacidade,

Pulmões, em descomunal esforço,

(Sem forças) de O2  sentem saudade,

Querem gotas brotando do ar.

- Cadê um poço?

 

Já choveu no começo da primavera,

Antes disso escorreram veios do céu

Desnudando nuvens de cinza véu
No Planalto Central do Brasil

- Bons tempos!

 

Chove agora no fim de outubro.

Graças a Deus! Ainda bem que chove...

Chuva rápida, esporádica, ansiada.

É tira-gosto: chega às oito, sai às nove.

- Será que volta?

 

Quando o Planeta acabou em águas,

Deus conversou com Noé, o Profeta.

Com informação privilegiada,

Matrizes espertamente saíram da reta.

- Que sorte!

 

Se Deus eleger outro premiado agora,

Bem que poderia me dar uma chance

De não ser esturricada como tamanduá.

Quem sabe o Senhor se balance

E me tire desse inferno?

 

Chega da secura do inverno!

Quero primavera molhada,

Quero chuvas de pré-verão,

Quero cheiro de terra aguada!

Xoc..xoc... Vazão!

 

Bsb, 21/10/2007

 

Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 22/10/2007
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T704334
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