O passado!

Não é que o escriba teime

Em revisitar o passado

É que o passado teima

Em relembrar ao autor

- se foi excesso de amor

Ou sua falta, sentida

Vive trazendo a vida

Coisas que jamais se apagam.

Somente cala o poeta

Quando se vai, por direito

Mão entrelaçadas no peito

Encontrar seu criador

Ali se equilibra a dor

E qualquer tristeza sentida

Ali se equaliza a vida

- não deve nada a ninguém

O passado, com desdém,

Olha de lado na porta

Agora não mais importa

Ficar relembrando quem parte,

Viver o presente é uma arte

Que o futuro reivindica:

Para o passado, os saudosos,

E o porvir a quem fica!