Faxina interna

Dei uma geral no armário da excentricidade.

Comecei por rearrumar os meus guardados.

Reavaliei todos os meus planos embolorados.

E fui passando a minha flanela da vivacidade.

No compartimento doloroso das saudades,

Assustei-me com as aranhas em suas teias.

E fui limpando o pó da traça que as empesteia,

E enche a minha mente de inconformidades.

Pendurados nos cabides da minha polaridade.

Avistei os meus medos e meus enganos obstrusos.

Por entre as roupas e os acessórios já sem usos,

E joguei-os fora pra recuperar minha sanidade.

Quando cheguei à minha gaveta das ansiedades,

Descobri que foi ali onde guardei os meus desejos.

E ao olhá-los percebi que eram apenas veleidades.

E nas prateleiras reencontrei as minhas prioridades.

E as espanei para espantar os intrusos percevejos.

Das minhas memórias de amor e dias de felicidades.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 22/11/2020
Reeditado em 23/11/2020
Código do texto: T7118193
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