Entre a boca da noite e Monalisa

Chegou a boca da noite

e começou a engolir

os raios de sol,

Comeu um, depois outro

e o seguinte até tragar o último

em seguida abriu mais ainda bocarra

e engoliu tudo.

Quando o manto negro

cobriu a metade do mundo

as luzes dos homens da terra

em vão tentou furar-lhe

a dura superfície.

Diante dessa consciência,

de escuridão material

eis que nos olhos da cabeça,

surge a tua imagem Monalisa.

Há alegria nos olhos da senhorita?

Entre a boca e o ouvido

o próprio silêncio é tua presença

surda mente se impondo.

Na indiferença de sua boca

a dizer nada mais para nós

que não desperte palavras

com repetição dos mesmos

sentimentos indiferentes?

Moça sorridente

teu riso é mais obscuro

que a escura noite.

Em vão com a luz

das minhas ideias

tento furar o duro enígma

da revelação da tua imagem.

Célio Bezerra
Enviado por Célio Bezerra em 08/02/2021
Reeditado em 08/02/2021
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