O amor e o sofrimento caminhavam junto comigo

Sinto amor pelo mundo !!

Mesmo quando tenho motivos para sentir que eu o odeio, ainda assim, percebo que o amo.

Eu o amo e entendi que esse amor me fez sofrer...

Entendi que o sofrer faz parte do viver.

Que sentimento é esse ?

O da irritação / angústia e aflição diante de certos acontecimentos que vejo por aí ?

Mas há muitos que eu nem vi...

Como eu seria se tivesse o conhecimento de cada tragédia humana ? E de cada tragédia "natural" ?

Mas a tv seleciona algumas para mim, achando-se suficientemente sábia para escolher as coisas que devem tocar o meu coração.

Por tempos eu me deixei fazer parte.

Mas não era satisfatório para mim.

Escolher uns em vez de outros ?

Por quais motivos o meu coração deveria se angustiar e sofrer ?

Olhei para a família e vi o sofrimento também... Em todos os lares e cantos nunca via uma completa harmonia.

Olhei para mim e busquei a forma para melhor compreender meus porquês e os porquês do mundo em suas dores. A instrução necessária para fazer um futuro melhor passou a ser uma nova necessidade.

Percebi que antes eu havia colocado grandes expectativas e esperanças nas pessoas daqui desse mundo...

Mas muitas não puderam corresponder ao esperado.

Coloquei uma pedra sobre o passado onde os sonhos eram mais simples, na tentativa de recomeçar minha trajetória e ter mais compromisso com a minha felicidade.

Afinal no decorrer da busca por mais instrução, percebi o amor pelo mundo crescendo dentro de mim.

Mas qual mãe, ao ver seu filho tendo más escolhas, poderá se dizer satisfeita ? Poderá dizer que não sentiu dolorosa aflição dentro de si ?

Não fechei meus olhos para as dores do mundo. Mas busquei dores diferentes para analisar.

Compreendi que o meu caminhar está ligado ao dele, assim como o de uma mãe está ligado ao caminhar de seu filho...

Mas não podemos livrá-los de cada situação difícil que a vida apresentar.

Separei, enfim, o que era a minha responsabilidade.

Estou seguindo em frente... Dando um passo adiante por minha própria vontade, consciência e necessidade de conhecer mais sobre o mundo...

Sigo em frente com algo que gosto de fazer, como as mães fazem ou, pelo menos, deveriam fazer...

Deixar conselhos aos filhos...

Deixar o confortável abraço sempre à disposição nos reencontros...

Sobre a pedra... por vezes ela se move com o peso das águas... e então junto as peças que se compõe a cada passo e vejo que tudo sempre esteve tão ligado... Não posso ser a única pessoa que vê assim...

Algo surpreendente foi perceber que o amor era mais simples do que eu antes pensara.

As pedras também fizeram com que eu me movesse... Era necessário deixar algo para trás e carregar coisas novas e mais leves.

Meu corpo estava cansado da discórdia e dos tantos sentimentos inferiores que traziam as nuvens cinzas para os dias de sol.

Se pareceria impossível ?

Mas foi a partir dali, quando busquei outras formas de ver o mundo... Ali que compreendi que o amor precisava ser sem condições, sem expectativas...

Eu o amo agora bem mais do que antes... Pois agora não tenho condições ou expectativas de curto prazo.

Eu o amo mesmo quando tantas pessoas agem de forma intransigente, com escolhas monstruosas e desastrosas.

Um dia, as nuvens cinzas cobriram o céu e esconderam o sol que brilhava para mim.

É realmente muito provável que algo mais terrível ocorreu a estas outras pessoas...

Pois o sol voltou a brilhar para mim.

Nos dias que se seguiram pude ver que a razão do meu sofrer estava no querer soluções rápidas para coisas que por anos são moldadas a fogo e ferro.

Hoje dedico minhas preces para que mais pessoas queiram ver também.

Talvez no decorrer de tantas possibilidades, muitos diamantes sejam lapidados.

Minha previsão para o futuro é que o sol haverá de brilhar para todos que, cansados do sofrimento, quiserem dar um passo adiante.

Claudia RS
Enviado por Claudia RS em 25/02/2021
Código do texto: T7192973
Classificação de conteúdo: seguro