Rondó sobre migrações espaciais....

Estrelas

Quem jamais olhou as estrelas,

vão perder-las de seu mundo

no profundo dos abismos

no ciclismo tão sem cor.

Pois não vê que seus futuros

não tem pés aqui na terra

nossa sina não se encerra

em escuro decompor.

O destino, nós migrarmos

Porque sempre nós migramos

precisamos, não paramos

se pararmos vem bolor.

Quem jamais olhou as estrelas,

vão perder-las de seu mundo

no profundo dos abismos

no ciclismo tão sem cor.

O planeta não nos quer

e o tal sol vai se apagar

só nos resta é viajar

p’ra qualquer canto que for.

Mas tão todos bolorados

com seus carros e internets

e tevês que lhes divertem!

Adestrados no motor!

Quem jamais olhou as estrelas,

vão perder-las de seu mundo

no profundo dos abismos

no ciclismo tão sem cor.

Quem não enxerga que o destino

tem um ponto no final

esquecimento tão mortal,

no infinito corredor...

Carregamos cá nas costas

tantas vidas ascendentes

segurando entre os dentes

as apostas e o pavor.

Quem jamais olhou estrelas,

vão perder-las de seu mundo

no profundo dos abismos

no ciclismo tão sem cor.

Más tão todos iludidos!

Em um mundo tão vazio

fantasiam mas é tão frio

os perdidos em torpor.

E a tal luz eletrizada

as estrelas, se apagaram,

e as fumaças já tamparam...

Resta nada só um tumor.

Se jamais olhaste estrelas

vais perder-las de seu mundo

vão pro fundo dos abismos

num ciclismo tão sem cor...